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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

ESTUDANTES DA USP APROVAM GREVE APÓS A ENTRADA DA PROVA DE CHOQUE

A UNE estará presente no ato desta quinta-feira no Largo São Francisco, deliberado na assembleia geral
Mais de 3 mil estudantes da USP realizaram uma assembleia geral nesta última terça-feira (8) no prédio de História e Geografia do campus Butantã sob a temática “Tropa de choque no campus e prisão de estudantes”. A assembleia deliberou greve imediata dos alunos, além de outros eixos, como a saída do reitor João Grandino Rodas, a saída da Polícia Militar do campus, a implementação de um programa paralelo de segurança, a libertação dos presos e a não punição dos que participaram da ocupação do prédio da reitoria da universidade.
Também ficou decidida a realização de um protesto na próxima quinta-feira (10) em frente à Faculdade de Direito, no largo São Francisco, no centro de São Paulo, às 14h.
“A greve é expressão do sentimento dos estudantes depois da entrada da Tropa de Choque na USP.  Não admitimos essa atitude dentro de um espaço que deveria priorizar a livre circulação de ideias. Todo esse ocorrido nos põe na dúvida do que vem a ser de fato uma sociedade democrática”, afirmou João Victor Pavesi, aluno de geografia e diretor do DCE (Diretório Central dos Estudantes).
Em contrapartida, a reitoria informou, por meio de nota, que o calendário de atividades está mantido e, somente em alguns cursos, como letras, as salas de aula ficaram vazias. Os professores vão se reunir em assembleia nesta tarde para decidir se aderem à greve dos estudantes.
UNE APOIA DECISÃO DOS ESTUDANTES.
Para a União Nacional dos Estudantes (UNE), a reintegração de posse da reitoria da USP, comandada por policiais militares na madrugada desta terça-feira (8), fere o princípio da autonomia universitária e compromete a liberdade garantida aos estudantes para se organizarem e defenderem uma educação mais igualitária e justiça social. A entidade apoia a greve e estará presente nas atividades de quinta-feira.
“A UNE apoia totalmente a paralisação e estaremos presente no ato que será realizado na Faculdade de Direito, no Largo São Francisco, nesta quinta-feira. Conclamamos, inclusive, todos os estudantes a participarem desta mobilização que é uma luta de todos”, avaliou o presidente da entidade, Daniel Iliescu. Sobre o convênio PM-USP, Daniel reitera que o texto apresentado pela atual gestão é impreciso e a ação foi antidemocrática, por não ter sido debatido com toda comunidade acadêmica. Ele ainda sugere alternativas para a questão da segurança na universidade.
“Defendemos que a USP se debruce em um amplo debate com toda a sociedade para fomentar políticas alternativas à PM no combate à  insegurança vivenciada na Universidade. Esse projeto deve perpassar uma USP mais aberta à sociedade, com mais iluminação, ocupação criativa dos espaços e transporte acessível”, disse. Daniel ainda ressalta a importância de retomar os concursos públicos para guardas universitários, extinguidos durante o período neoliberal.
Vale lembrar que nesta última terça-feira, 72 pessoas foram presas durante a reintegração de posse da reitoria, após ação truculenta da PM na Cidade Universitária. Os militares, portando cassetetes e escudos, fizeram um cordão de isolamento ao redor do prédio e retiraram os estudantes, que não resistiram à prisão. O prédio foi entregue pela polícia a um oficial de Justiça, já que a operação foi motivada por um mandado judicial.
A PM mantém o patrulhamento reforçado na Cidade Universitária, zona oeste da capital paulista. No fim da manhã, 14 carros da Força Tática estavam estacionados em frente à reitoria.
ENCAMINHAMENTOS DA ASSEMBLÉIA.
A assembleia deliberou os seguintes encaminhamentos:
- Greve imediata
- Eixos:

1 – Retirada de todos os processos movidos contra estudantes por motivos políticos!
2 – Fora PM! Pelo fim do convênio da USP com a Secretaria de Segurança Pública
3 – Liberdade aos presos e nenhuma punição administrativa ou criminal!
4 – Fora Rodas!
5 – Outro projeto de segurança na USP! Que a reitoria se responsabilize por:

a) Plano de iluminação no campus
b) Política preventiva de segurança;
c)  Abertura do campus à população para que tenhamos maior circulação de pessoas;
d) Abertura de concurso público para outra guarda universitária, que tenha treinamento para prevenção dos problemas de segurança e com efetivo feminino para a segurança da mulher;
e) Mais circulares;
f) Circular até o Metrô Butantã.

Assista aos registros realizados durante a assembleia em vídeo abaixo.
Fonte: UNE/PATRÍCIA BLUMBERG

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