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sábado, 25 de janeiro de 2014

DESNACIONALIZAÇÃO, NÃO! CADE AUTORIZA COMPRA DA FMU POR GRUPO AMERICANO

Mais de 60 mil alunos estão agora sob a gerência do Grupo Laureate
O golpe já tinha sido dado em agosto de 2013 quando o grupo americano de ensino Laureate fechou por R$ 1 bilhão a compra de 100% do capital das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), um dos maiores grupos educacionais de São Paulo, com 68 mil estudantes. A FMU reúne as Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), Faculdades Integradas de São Paulo (FISP) e FIAM-FAAM Centro Universitário.
Mas nessa quarta-feira (22/01), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), autarquia do Governo Federal responsável, no âmbito do Poder Executivo, por investigar e decidir, sobre a concorrência no mercado, aprovou a transação. A notícia foi veiculada em tom de festejo em um anúncio no jornal Folha de São Paulo assinado pelo presidente do Complexo Educacional FMU e pelo presidente da Laureate Brasil.
Não é de hoje que a UNE e as entidades estudantis têm feito uma campanha contra a mercantilização da educação. A desnacionalização do ensino superior no Brasil tem sido denunciada e combatida com veemência pelas entidades educacionais ao longo dos últimos anos.
Para a presidenta da União Estadual dos Estudantes (UEE-SP), Carina Vitral, “é muito perigoso que seja um conselho de defesa econômico que esteja discutindo a fusão de universidades, porque se trata de um assunto muito maior que é a qualidade da educação”, ressaltou. Para ela, o tema deveria ser debatido pelo Ministério da Educação ou pelo Conselho Superior de Educação.
Segundo o jornal Valor Econômico, este é o segundo maior acordo fechado no setor, só atrás da compra da Unopar pela Kroton, por R$ 1,3 bilhão, em 2011.
Ainda segundo o Valor, a FMU é a 12ª aquisição feita pela Laureate no Brasil, desde que o grupo americano desembarcou no Brasil em 2005. Nesses oito anos, a empresa “investiu” cerca de R$ 2 bilhões em aquisições de instituições brasileiras (metade da cifra agora com a FMU) e registrou faturamento de cerca de R$ 1 bilhão. O Grupo também é dono da Faculdade Anhembi Morumbi.
De acordo com a presidenta da UEE, após assumir a responsabilidade pela Anhembi Morumbi, alguns cursos perderam muito a qualidade e houve precarização do ensino. “Além disso, acreditamos que essa venda fere a soberania do país. São milhões de alunos agora sendo geridos por um grupo estrangeiro”, afirmou.
INSAES É PRECISO
Está em tramitação no Congresso Nacional o projeto para a criação do Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação do Ensino Superior – INSAES. A proposta prevê a criação de um órgão com 500 especialistas responsáveis pela fiscalização das instituições superiores de ensino.
Segundo o projeto elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), este instituto fiscalizaria fusões, aquisições, cisões e transferências de mantenças previamente. A realização de avaliações in loco e a suspensão dos dirigentes e representantes de universidades com irregularidades também constam no planejamento.
A UNE acha imprescindível a aprovação do Insaes para avaliar as aquisições de grupos educacionais. Assim como no caso da fusão da Kroton e Anhanguera, a transação só foi avaliada economicamente. Do ponto de vista da qualidade educacional, o Insaes é o órgão que poderá ponderar sobre esse caso. “É preciso aprovação imediata do Insaes para defender nossa educação do capital estrangeiro. O Insaes será o primeiro passo para a regulamentação completa do Ensino superior privado que a UNE defende”, explicou o Diretor de Universidades Privadas da UNE, Mateus Weber.
Da Redação - UNE

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