Alunos da Gama Filho e UniverCidade pressionam para serem recebidos pela presidenta Dilma
Acampados em frente ao Palácio do Planalto desde a tarde de quarta-feira (15/01), cerca de 50 estudantes das instituições cariocas descredenciadas pelo MEC, a Gama Filho e a UniverCidade, além de representantes daUnião Nacional dos Estudantes e da União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro (UEE-RJ), pressionam para serem recebidos pela presidenta Dilma Rousseff.
De acordo com o diretor da UNE, Mateus Weber, a noite foi de frio e chuva e desentendimentos com a polícia que chegou a proibir as barracas dos estudantes de serem armadas. Já de manhã, os estudantes receberam um contato do Palácio propondo uma reunião com o Ministro da Educação, Aloízio Mercadante. “Não vamos nos negar a conversar com ele, mas não sairemos daqui enquanto não formos recebidos pela Dilma”, afirmou Weber.
Ainda de manhã também começou a reunião da comissão que discute a política de transferência assistida para os estudantes das universidades descredenciadas. Além de integrantes do MEC, participam da comissão um representante da UNE e representantes da Gama Filho e da UniverCidade.
O diretor da UNE, Igor Mayworm, que também está no acompamento, afirma que a principal reivindicação e melhor alternativa para os estudantes é a intervenção e a federalização das instituições. Mayworm explicou quena reunião de quarta-feira (15/01) os reitores das universidades federais cariocas apoiaram a federalização da Gama Filho e da UniverCidade e sinalizaram condições técnicas e políticas para ajudar.
A federalização pode ser feita de várias maneiras com a criação de uma nova universidade e as instituições sendo anexadas à União como aconteceu com a Unipampa, no Rio Grande do Sul. De outra forma também os alunos podem ser readequados em instituições federais já existentes.
“Não estamos nos negando a debater a transferência assistida, estamos participando da comissão e dialogando. Mas estamos pressionando por uma solução estruturante, a melhor solução para os estudantes. Queremos assegurar que todos não percam este ano de estudo”, ressaltou Mayworm.
ENTENDA O CASO
A crise nas universidades privadas cariocas começou após o Grupo Galileo Educacional comprar a Gama Filho e UniverCidade, em meados de 2011. Em dezembro do mesmo ano, o Galileo demitiu cerca de 800 pessoas, entre professores e funcionários, e não pagou seus direitos trabalhistas.
O grupo também impôs um aumento abusivo na mensalidade. Os reajustes variavam entre 18% e 40%, indo bem acima dos 5,9% determinados pela taxa de inflação da época. A UNE e UEE-RJ organizaram os estudantes e realizaram várias passeatas e protestos.A reitoria da UGF chegou a ficar ocupada durante 78 dias – no que foi a maior manifestação do tipo já ocorrida em uma universidade privada.
Em dezembro de 2013, o MEC instaurou processo administrativo contra a Universidade Gama Filho e o Centro Universitário da Cidade (UniverCidade).
Em agosto, o MEC já havia aplicado medida cautelar determinando a suspensão do vestibular para admissão de novos alunos e a transferência de estudantes da graduação e da pós-graduação em relação às duas instituições, que voltou a ser autorizado em outubro, a partir do pagamento dos salários dos professores e funcionários.
Em dezembro, o MEC suspendeu novamente o vestibular da Gama Filho e da UniverCidade, pois as instituições voltaram a desrespeitar o pagamento dos docentes e funcionários, o que interrompeu as aulas.
De lá pra cá, a situação permaneceu sem resolução fazendo com que cerca de 50 estudantes da Gama Filho e UniverCidade, ocupassem o MEC para reivindicar uma solução.
Durante a ocupação, realizada no dia 7 de janeiro deste ano, os estudantes exerceram pressão fundamental para chegar ao diálogo com os representantes do ministério. Após horas de espera, os alunos conseguiram apresentar ao secretário executivo do MEC, Henrique Paim, e o representante da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (SERES) Pedro leitão seu pedido de intervenção na universidade.
Da Redação - UNE
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