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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O SÃO PAULO FURA O BLOQUEIO DO CEARÁ, FAZ 3 X O NO MORUMBI E ESTÁ NAS OITAVAS

Reprodução/ESPN

Demorou 55 minutos para o São Paulo furar pela primeira vez o bloqueio defensivo do Ceará, mas o time paulista demonstrou superioridade e venceu, por 3 a 0, no Morumbi, nesta quarta-feira à noite. Com gols de Cícero, Lucas e Dagoberto, a equipe reverteu a derrota do jogo de ida (havia perdido por 2 a 1, em Fortaleza) e avançou para as oitavas de final da Copa Sul-Americana.

Na próxima fase, o São Paulo vai enfrentar o vencedor de Libertad (Paraguai) e um outro time ainda indefinido, que sairá do duelo entre Equidad (Colômbia) e Juan Aurich (Peru).

O triunfo veio depois de um primeiro tempo praticamente apático dos anfitriões. Na volta do intervalo, contudo, Cícero virou centroavante e abriu o placar aos 10 minutos. Depois disso, Lucas apareceu, marcando o seu aos 17 e dando assistência para Dagoberto fazer o terceiro, aos 20. Já nem adiantava o clube nordestino insistir.

Pelo Campeonato Brasileiro, os são-paulinos seguem na caça à liderança no clássico contra o Santos, no domingo, às 16 horas (de Brasília) na Vila Belmiro. Já o time de Fortaleza, na tentativa de se afastar ainda mais da zona de rebaixamento, recebe o Bahia no mesmo dia e horário, no estádio Presidente Vargas.

O jogo

A necessidade de vencer por 1 a 0 ou, no mínimo, por dois gols de diferença tinha como solução, na visão de Adilson Batista, um time com mais atacantes. Por isso, abriu mão de Rivaldo e Cícero, dando a Casemiro e Carlinhos Paraíba a missão de armar para Lucas, na ponta direita, Fernandinho, na esquerda, e Dagoberto, centralizado.

O ímpeto na busca pelo gol que daria a tranquilidade almejada pelos anfitriões mal deixou o Ceará entender a novidade. Sem Rudnei, volante que ajuda na armação, Vagner Mancini optou por aumentar a proteção da defesa com o veterano Edmilson, titular do Brasil campeão da Copa do Mundo de 2002, na cabeça de área em trio de volantes com Heleno e Michel.

Quando os nordestinos tentavam encaixar a marcação em meio à constante movimentação dos donos da casa, o São Paulo segurou mais Casemiro e Carlinhos Paraíba para que Piris e Juan explorassem as costas dos laterais do Alvinegro, principais armas do Ceará. Edmilson, claramente longe de sua plenitude física e técnica, não conseguia nem orientar seus colegas.

O problema para os são-paulinos é que os gols foram sendo perdidos, com finalizações para fora, duas perigosas com Juan e Fernandinho. E os erros foram aparecendo nos passes, principalmente com Carlinhos Paraíba, que parecia perdido com a função de armador.

Aos poucos, o Ceará foi adaptando sua marcação à velocidade tricolor. Os mandantes só conseguiam encontrar espaço pelas laterais, mas quem cruzava de qualquer lado levantava a cabeça e não achava um companheiro entre os jogadores vestidos de preto e branco. A já tradicional falta de um centroavante voltava a prejudicar o time de Adilson.

Para piorar, a profundidade pelas laterais foi perdida quando Fernandinho deixou o campo aos 30 minutos do primeiro tempo, machucado. Cícero entrou em seu lugar e demorou a se encontrar, batendo cabeça com Carlinhos Paraíba pela esquerda e Casemiro até na função de aparecer como surpresa na área pela direita.

Quem mais sofreu foi Dagoberto, novamente sozinho no ataque e muito raramente munido por um Lucas extremamente apagado. Melhor para o Ceará, que conseguiu colocar Thiago Humberto, seu armador, no jogo trocando passes no campo de ataque, de uma lateral a outra. Nem era necesario fazer Rogério Ceni trabalhar, bastava manter a bola no pé e longe da defesa.

Vaiado, e com uma substituição já realizada, Adilson corrigiu o que faltava à equipe usando seu curinga: Cícero passou a fazer parceria com Dagoberto e se posicionou como centroavante. Mesmo longe da área, o originalmente meio-campista já levou perigo a Diego em bola rolada por Dagoberto em cobrança de falta.

Mais foi colado à linha da pequena área que o camisa 16 decidiu. Como prova de mudança no time, Carlinhos Paraíba acertou um de seus primeiros passes com um cruzamento perfeito para Cícero dominar no peito e tocar na saída do goleiro para abrir o placar.

O lance acordou uma das principais armas do ataque são-paulino: Lucas. O meia-atacante, beneficiado pelo
adiantamento de Cícero, recebeu a bola como gosta, colado à meia-lua pela direita, e ampliou arrematando com força aos 17 minutos. Três minutos mais tarde, deu sua arrancada habitual para puxar contra-ataque e entregar para Dagoberto o terceiro gol.

Em nove minutos, o São Paulo definiu sua classificação. Vagner Mancini ainda tentou responder com a entrada dos atacantes Felipe Azevedo e Marcelo Nicácio, mas Adilson Batista, mais preocupado com o veloz Osvaldo, ousou ao transformar o também rápido Piris para o miolo da defesa para acompanhar o jogador, e repassou João Filipe para a lateral direita.

Com o adversário anulado e um placar absolutamente tranquilo, o técnico pôde sacar Lucas para atender à torcida e colocar Rivaldo. Até o apito final, a única preocupação dos quase 24 mil pagantes na noite desta quarta-feira era espantar o frio gritando "olé". A classificação estava garantida.

FICHA TÉCNICA:SÃO PAULO 3 X 0 CEARÁ

Local: estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Data: 24 de agosto de 2011, quarta-feira
Horário: 21h50 (de Brasília)
Público: 23.344 pagantes
Renda: R$ 319.440,00

Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (Fifa-RJ)
Assistentes: Dibert Pedrosa Moisés (Fifa-RJ) e Érick Bandeira
Cartões amarelos: Dagoberto (São Paulo); Heleno e Edmilson (Ceará)

Gols: SÃO PAULO: Cícero, aos 10, Lucas, aos 17, e Dagoberto, aos 20 minutos do segundo tempo

SÃO PAULO: Rogério Ceni; Piris, João Filipe, Rhodolfo e Juan; Wellington, Carlinhos Paraíba e Casemiro (Jean); Lucas (Rivaldo), Fernandinho (Cícero) e Dagoberto
Técnico: Adilson Batista

CEARÁ: Diego; Boiadeiro (Felipe Azevedo), Fabrício, Anderson Luís e Egídio; Edmilson (Roger), Heleno, Michel e Thiago Humberto; Osvaldo e Marcelo Nicácio
Técnico: Vagner Mancini
Fonte: MSN.

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