Os presidentes da UNE, Daniel Iliescu, e da UEE-SP, Alexandre Cherno, participaram da atividade com o atual ministro da Educação que já foi presidente do Centro Acadêmico da USP
Na última terça-feira, 15 de agosto, o Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito do Largo São Francisco da USP, organizou um “Roda-Viva” especial com o ministro da Educação, Fernando Haddad. Durante cerca de duas horas, o ministro debateu com 150 estudantes presentes questões relativas ao tema da educação no país como o as licitações do ENEM, a polêmica sobre o kit anti-homofobia, as políticas afirmativas, os processos seletivos das universidades, entre outros.
Os presidentes da UNE e da UEE-SP, Daniel Iliescu e Alexandre Cherno,respectivamente, participaram da atividade. “A realização de atividades como essas é fundamental para que possamos cada vez mais qualificar o debate. A presença do ministro aqui junto aos estudantes é importante também porque ele demonstra que está aberto ao diálogo”, disse Daniel.
Quando questionado sobre as bandeiras de luta do movimento estudantil, 10% do PIB e 50% do fundo social do Pré-sal para educação, o ministro afirmou, categoricamente, que o Plano Nacional de Educação (PNE) vai sair do papel, “e com avanços”, mas que para isso é preciso pressionar o congresso para acelerar a sua aprovação. “Teremos metas enxutas, pois a sociedade só vai acreditar em um plano factível. Precisamos pressionar o congresso, e a aprovação tem que sair rapidamente, teremos muita coisa para fazer”, disse.
Enfático, Haddad defendeu duas medidas democratizantes na educação: “Eu sou a favor do final do vestibular e de políticas afirmativas. Quanto mais diversificada for a universidade, melhor”.
ENEM e Kit anti-homofobiaDe acordo com o ministro, a prática de cada universidade ter um processo seletivo próprio está caindo em desuso e é preciso criar uma avaliação nacional. Para ele, o Exame Nacional do Ensino Médio caminha no sentido de cumprir esse papel: “Todo país desenvolvido tem um processo seletivo nacional. Acho que o ENEM veio para ficar e vamos caminhar par ao fim do vestibular”.
As licitações do ENEM também foram um tema abordado pelos estudantes durante o debate. “Nós licitamos a gráfica, mas não faremos o mesmo com a aplicação da prova por questões de segurança. Mas tem sempre um viés para desqualificar tudo o que é feito. Os órgãos de controle insistem em licitar coisas que não são para serem licitadas”, respondeu.
O ministro foi questionado sobre o gasto de verbas do governo federal com a suspensão do Kit anti-homofobia e argumentou afirmando que não houve desperdício de recursos públicos. “Essa informação que chega até vocês é uma meia verdade. Não houve desperdício. Todo o material está sendo usado em cursos de formação de professores”, explicou.
A mídia e as meias verdadesDurante a atividade, inúmeras vezes, Haddad atentou os estudantes para que não acreditassem em tudo o que os grandes veículos da mídia divulgam. “Muitas vezes, o que vem à tona são meias verdades, ou informações deslocadas de contexto”. Para exemplificar, ele citou a recente polêmica envolvendo livros didáticos para alfabetização de jovens e adultos. “Uma frase deslocada gerou tamanha polêmica que tivemos que colocar dezenas de acadêmicos renomados para discursar sobre o tema e explicar a real situação para a população. A dificuldade criada quando a informação não chega é que o debate não flui da maneira como deveria”, pontuou.
Ao final da atividade, Haddad, que durante sua época de estudante, foi presidente do XI de Agosto, finalizou a “Roda-Viva” com uma resposta bem-humorada sobre um tradicional costume dos estudantes de direito do Largo São Francisco, a “pindura”: “Houve uma ocasião em que fomos em um grupo de 60. Quando começamos a cantar a trova, apareceu um grupo de mais sessenta estudantes da PUC. Demos prejuízo no restaurante!”, brincou o ministro, falando sobre a brincadeira de comer e não pagar a conta no dia 11 de agosto, costume dos estudantes de direito da USP.
Fonte: UNE.
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