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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

UAP COLORE RUAS DE BELÉM NO AGOSTO VERDE E AMARELO


Com o tema “Movimento Estudantil em defesa da educação paraense” entidade reúne 800 estudantes e vai para as ruas de Belém

A União Acadêmica Paraense dos Estudantes (UAP) se juntou ao "Agosto Verde e Amarelo" da UNE e, na manhã desta quarta-feira (24), levou mais de 800 estudantes às ruas da capital Belém em defesa da campanha pelos 10% do PIB e 50% do fundo social do Pré-Sal para educação.

Além das bandeiras nacionais, a UAP levantou bandeiras estaduais como a retomada e a reconstrução da sede da entidade destruída durante a ditadura militar. Para isso recolheram assinaturas de aproximadamente 200 estudantes e pessoas presentes. A entidade travou também a luta pelo fim da Lei Kandir, prevendo 50% dos impostos arrecadados pelas mineradoras, e grandes empresas do estado, destinados para investimentos na educação paraense.

“O ato, que chamamos de ‘Movimento Estudantil em defesa da educação paraense’, é extremamente importante não só pelo mês de jornadas de lutas no país, mas por mostrar que mesmo com o pior índice de Educação Básica (IDEB), o Pará tem estudantes que não estão calados. Nós fechamos as ruas, demos gritos de ordem, mostramos para o povo que é possível lutar pelas melhorias que queremos e principalmente, nossos jovens têm a sede de construir um estado melhor”, diz Tamara Figueiredo, presidente da UAP.

Devido a alguns problemas com a CTBel, o trajeto não foi como planejado. A concentração foi na frente da Escola Ulysses Guimarães, na Avenida Governador José Malcher com a Avenida Alcindo Cacela, e a caminhada teve término na Praça da República. Durante a passeata, os estudantes passaram em frente ao Hotel Regente, um hotel de elite no Pará, que ocupa o lugar onde funcionava a sede da União Acadêmica Paraense, além disso, passaram também em frente à sede do PSDB, partido que atualmente governa o estado.

“O balanço da manifestação foi muito bom! Centenas de estudantes nas ruas vibrando com as palavras de ordem e lutando por um sonho de uma educação de qualidade. O movimento estudantil no Pará a cada dia vai crescendo e através de manifestações como essas é que conseguimos enxergar nos olhos de cada estudante que é com muita luta e dedicação que vamos conseguir alcançar nossos objetivos e mudar a realidade da educação pública brasileira”, comenta Tamara.

Antiga sede

A antiga sede da UAP funcionava onde hoje se encontra o Hotel Regente, na Avenida Governador José Malcher, porém antes de ser transformada em hotel, quando foi desapropriada, a sede chegou a funcionar como residência oficial do Comandante da Policia Militar.
Em abril de 1964, após grande resistência do movimento estudantil nacional e paraense à ditadura militar, a União Acadêmica Paraense teve sua sede tomada e seus dirigentes presos e torturados.
“Por isso, hoje queremos fazer jus a história, e a todos os combatentes jovens e estudantes torturados, calados e reprimidos, e para isso com a OAB estaremos colaborando para a Comissão da Memória e Verdade do Estado do Pará, além de exigir às autoridades paraenses que a garantia de uma sede para União Acadêmica Paraense”, explica a presidente.

Ato de lançamento de Comitê pela Comissão da Verdade

Lançado na quarta-feira, dia 24, o Comitê da Comissão da Memória e Verdade no Estado do Pará ocorreu às 16h na sede da Ordem dos Advogados do Brasil-PA, com a presença da ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário.

Além dela, várias autoridades do estado do Pará estiveram presentes, como o presidente da OAB-PA Jarbas Vasconcellos, o Deputado Estadual Edmilson Rodrigues (PSOL), o Deputado Estadual Carlos Bordalo (PT), o Deputado Estadual Airton Faleiro (PT), o Deputado Estadual Edilson Moura (PT), o Presidente do PCdoB-PA Jorge Panzera, o coordenador do Grupo de Trabalho Araguaia Paulo Fonteles Filho, o presidente do Comitê e professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) Egydio Salles, o Diretor Norte da UNE Rafael Costa, entre outros.

Aproximadamente 80 pessoas estavam presentes e a Cerimônia iniciou com o pronunciamento do Presidente da OAB-PA Jarbas Vasconcellos. Logo após a ministra também deu seu posicionamento e afirmou a importância do resgate da memória e da verdade que diversos jovens, estudantes, e sonhadores que sofreram as mazelas de um período político brasileiro possam ter seus nomes e vidas honrados. A União Nacional dos Estudantes e a União Acadêmica Paraense farão parte do Comitê.
O movimento estudantil tem um papel muito importante para a construção da abertura dos arquivos da ditadura, afinal, fomos se não o maior, mas um dos maiores opositores ao regime ditatorial que o Brasil viveu em um período tão cruel. Desta maneira, poderemos contar, sem fábulas, sem mentiras e com provas reais as histórias de nossos guerrilheiros sonhadores e não deixar que estas sejam esquecidas, para que não haja novamente tamanha barbárie a democracia brasileira” pronuncia Tamara.

Fonte: UNE

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