Avançar na Organização, ampliar a ação pela base para enfrentar os ataques do Capital e seu Estado
Nos reunimos na cidade de Campinas, vindos das regiões sul, sudeste, nordeste e o centro-oeste, para a analise do último período e para o balanço de nossas atividades após o III Encontro Nacional da Intersindical realizado em novembro de 2010.
O Capital se utiliza de vários instrumentos para tentar frear e ocultar a luta de classes, como por exemplo, tenta impor o terror aos trabalhadores, através dos pacotes aplicados pelos Estados Nacionais contra os trabalhadores. A dívida privada foi transformada em dívida publica, os exemplos vindos da Europa são didáticos ao mostrar como opera o Estado da classe economicamente dominante: um Estado máximo para o Capital e mínimo para os trabalhadores: redução dos gastos nas políticas públicas, aumento da idade para aposentadoria, congelamento dos salários do funcionalismo, nova legislação com o objetivo de reduzir direitos.
Nos EUA, coração do sistema a recuperação embora muito frágil, se deu graças ao aumento da produtividade, leia-se aumento das jornadas, intensidade do trabalho, cortes nas políticas públicas, redução de direitos dos trabalhadores em empresas privadas como a General Motors a partir do acordo entre o governo de Barack e a direção da empresa e mudanças na legislação em vários estados visando o corte de salários e direitos do funcionalismo público.
As mobilizações no Oriente e Norte da África para além de exigirem reformas democráticas, mostraram a ação do imperialismo nesses países, onde a juventude não tem emprego, os trabalhadores não têm direitos básicos e a carestia é a situação enfrentada pela maioria da população trabalhadora.
No Brasil a coisa não é diferente
As saídas para a crise de 2008/2009 aplicadas no Brasil não foram diferentes: demissões, precarização das condições de trabalho, redução de salários e direitos. O governo via BNDES, com recursos do FAT, injetou muito dinheiro público para ajudar indústrias e bancos e agora num período onde os governos europeus lançam seus pacotes para diminuir o rombo provocado pelas demandas do capital, o governo Dilma já anuncia uma nova previsão para baixo de “crescimento” para o país.
A recuperação mesmo que pífia se deu também aqui principalmente a partir do aumento da intensidade do trabalho, onde as condições são cada vez mais precárias. Como classe estamos cada vez mais endividados, a busca aos financiamentos, empréstimos, créditos e congêneres na maioria absoluta das vezes são a forma de complementação da renda, isso demonstra que o arrocho segue sendo uma das principais armas para garantir a lucratividade do Capital.
As mobilizações em Jiral, nas obras do PAC, nos estádios para a Copa, as greves longas do funcionalismo público em especial a dos professores, greves dos trabalhadores no Correios, de bancários e metalúrgicos nesse ano demonstraram uma retomada expressiva das lutas sejam na defensiva pela manutenção de direitos e contra as péssimas condições de trabalho, seja para o avanço rumo a novas conquistas. Mas elas ainda são fragmentadas.
Portanto a tarefa da Intersindical para o próximo período é intensificar nossa organização a partir dos locais de trabalho, moradia e estudo, enraizar nossas mobilizações para além dos calendários pontuais e/ou temporais:
- Ampliar a Campanha Por Nenhum Direito a Menos e para Avançar nas Conquistas: com dias nacionais de paralisação, materiais que tratem sobre as condições de trabalho e sobre a saúde dos trabalhadores, ações junto à classe no sentido de avançar nas discussões sobre a previdência, o endividamento da classe, a lógica perversa do Pagamento de PLR x Aumento real nos salários.
A cada ação de mobilização e organização da Intersindical junto à classe trabalhadora a partir da realidade nos mais diversos lugares onde estamos acumular a discussão junto aos trabalhadores sobre o que significa cada investida do Capital e seu Estado. Para que a partir das demandas especificas e gerais de nossa classe acumular as forças necessárias em nosso processo teórico e pratico, rumo à nossa tarefa histórica como classe: a Revolução Socialista.
Ampliamos a Intersindical e seguimos consolidando nosso Instrumento de Organização e Luta
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