O colégio de Fortaleza que antecipou 14 questões da prova para suas turmas de pré-vestibular tem oito alunos que obtiveram a nota máxima 1000 em redação
Banner virtual no site do Colégio Christus mostra que alunos tiraram nota máxima na redação do Enem
Pivô da crise do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011, o Colégio Christus tem oito alunos que obtiveram a nota máxima 1000 em redação na prova. Em seu site, a instituição de ensino anuncia e comemora o resultado.
Assim que o Ministério da Educação (MEC) divulgou as pontuações individuais dos candidatos, o Christus começou a contabilizar e parabenizar um a um seus alunos nota 1000 em sua conta no Twitter. Com o saldo consolidado, agora, a escola iniciou a campanha publicitária que faz todo ano com base nos resultados de seus vestibulandos.
“Hoje já são oito notas 1000 em redação no Enem. Os alunos do Christus estão escrevendo uma bela história”, diz o banner virtual que surge ao abrir o site da instituição na internet.
No auge da crise, quando a ameaça de que todo o Enem fosse cancelado, e não apenas as 14 questões antecipadas aos alunos do Christus, na frente de uma das sedes de seu pré-universitário em Fortaleza, a escola ainda exibia uma faixa se orgulhando do resultado alcançado pela instituição no Enem de 2010, segundo a qual a instituição obteve um dos melhores desempenhos no Brasil. A mesma informação circulou nos anúncios de jornais, em rádios, televisões e outdoors espalhados pela cidade.
A estratégia de marketing é parte da disputa agressiva que o colégio trava contra as escolas particulares Farias Brito, Ari de Sá e 7 de Setembro – todas recorrem a recurso idêntico. Essas instituições educacionais cearenses são adversárias diretas na briga pelas melhores colocações e pelo maior índice de aprovação nos vestibulares locais e desde o ano passado investem também na divulgação do desempenho de seus alunos dos pré-vestibulares também no Enem.
O capítulo mais recente da concorrência entre essas escolas envolve uma disputa por qual instituição irá utilizar os equipamentos tecnológicos mais modernos. O Ari de Sá inovou primeiro anunciando que passará a substituir livros por tablets a partir de 2012, com a promessa de um ensino mais eficiente. Em resposta, imediatamente o Christus espalhou outdoors pela cidade divulgando que adotará lousas digitais nas salas de aula – que proporciona imagens em 3D.
Contudo, desta vez, além de buscar se sustentar competitivo diante da concorrência, o Christus tem a complexa tarefa de reaver parte da credibilidade perdida com a acusação de ter antecipado a seus 1139 alunos vestibulandos 14 questões do Enem que faziam parte dos pré-testes da prova, da qual alguns de seus estudantes participaram em outubro de 2010.
Daniel Aderaldo
No iG
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