Após a assembleia com a participação do deputado, houve no acampamento uma programação cultural com cineclube e sarau de poesia.
Quebrando todos os protocolos, o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, visitou na noite da quarta-feira (7/12) o #OcupeBrasilia. O acampamento dos estudantes em frente ao Congresso Nacional chegou ao segundo dia comemorando vitórias, como a aprovação na Comissão de Educação do Senado dos 50% do fundo social do Pré-sal para a educação, e recebendo visitas também da senadora Ana Rita (PT-ES), das deputadas Jô Moraes (PCdoB-MG) e Fátima Bezerra (PT-RN) e do deputado Osmar Junior (PCdoB-PI).
Já era noite e as luzes natalinas comemorativas do Congresso iluminavam o acampamento. Marco Maia fez questão de dizer que se identifica com os jovens e toda a sua trajetória foi construída no movimento estudantil e dos trabalhadores. Ele foi presidente de grêmio e participou da pastoral da juventude. Depois, foi dirigente do sindicato dos metalúrgicos de Canoas, no Rio Grande o Sul, sua cidade natal. “Me identifico com as lutas e bandeiras da juventude”, disse aos acampados.
Sobre as pautas do #OcupeBrasília, disse “serem todas muito justas” e declarou apoio. “Vou me empenhar para que o Estatuto da Juventude seja votado e a respeito do Plano Nacional de Educação tenho conversado com os parlamentares para que seja votado ainda este ano”, afirmou.
A senadora Ana Rita também reafirmou apoio a lutas dos estudantes brasileiros, colocou o mandato à disposição e prometeu lutar pela aprovação do PNE.
Fatima Bezerra levou aos estudantes uma análise sobre o novo PNE, que ela concorda ser preciso fazer alguns ajustes mas tem a certeza de englobar avanços muito grandes para a educação brasileira. “Diferente do plano passado, esse agora apresentado foi discutido com todos os segmentos da sociedade durante a Conferência Nacional de Educação de 2010. Esse plano tem a nossa marca”, disse.
A deputada do Rio Grande do Norte destacou alguns pontos importantes, como a triplicação das vagas na educação técnica profissional, a valorização do professor com a equiparação salarial a outras profissões e a politica de expansão das vagas no ensino superior. “Estamos juntos nessa luta, vamos em frente estudantada”, despediu-se.
A mineira Jô Moraes foi saudada pelos seus conterrâneos do acampamento e contou a sua história de militante clandestina. Jô lembrou que a última vez em que esteve acampada como estudante foi no Congresso da UNE em Ibiúna, interior de São Paulo, um dos momentos mais marcantes para o movimento estudantil. “Me lembro de 4h30 da manhã acordar com a polícia apontando armas e prendendo todos os participantes daquela congresso”, rememorou a parlamentar, prestando uma homenagem a Honestino Guimarães, assassinado pela ditadura e considerado desaparecido político até os dias de hoje.
Jô disse que ideia do acampamento foi genial para que os estudantes pudessem ser ouvidos e colocou o seu mandato à disposição. Muita aplaudida, criticou a imprensa que não cobre a ocupação e tenta criminalizar os movimentos sociais. “Continuem assim, jovens e na luta. Estou com vocês”, declarou.
Após a reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, ocorreu a primeira sessão do Ocupe Cine Esplanada, com a exibição dos filmes “A Máquina”, de João Falcão, e “Meu Tio matou um cara”, de Jorge Furtado.
Rafael Minoro/UNE
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