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domingo, 27 de abril de 2014

Maioria dos professores do Ensino Médio não tem formação na área que atua

51,7% dos docentes não têm licenciatura na disciplina que lecionam, em contrapartida, no final de 2013 pesquisa aponta que Brasil fica em penúltimo lugar na valorização dos professores.
 

Mais da metade dos professores do Ensino Médio (51,7%) de todas as redes de ensino do Brasil não tem licenciatura na disciplina que leciona. Outros 22,1% dos docentes que estão nas salas do ensino médio não têm qualquer licenciatura. A informação consta de levantamento feito com dados do Censo Escolar da Educação Básica 2013, realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

O Nordeste é a região em que faltam mais professores licenciados nas áreas específicas das disciplinas - 66% não são formados na área em que atuam. No Centro-Oeste, o índice é de 60,5%. Na região Norte, o percentual é de 55%. As regiões Sul (41,9%) e Sudeste (42%) são as com as menores carências de professor.

A disciplina com maior deficiência é artes, em que apenas 14,9% dos professores são licenciados. Língua portuguesa é a disciplina com mais professores dentro da sala de aula que se formaram na área (73,2%). Em física, 80,8% dos docentes não são formados na área; na disciplina de química, o índice é de 66,3%.

A situação se agrava entre os que não têm licenciatura na disciplina em que dá aulas, professores não especialistas na área -como o professor de física que dá aulas de química ou o formado em ciências sociais que dá aulas de geografia. Esses casos são permitidos pelo MEC (Ministério da Educação).
Há ainda o problema dos profissionais formados em outras áreas que estão nas salas de aula, como o administrador que dá aulas de língua portuguesa no ensino médio. Isso é comum entre professores temporários.

PNE e a valorização dos professores

A Meta 15 do Plano Nacional de Educação (PNE), em tramitação no Congresso Nacional, prevê que todos os professores da Educação Básica tenham formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam, e que, no prazo de um ano de vigência do PNE, os entes federados em regime de colaboração garantam uma política nacional que assegure essa formação.

Em março, uma auditoria do Tribunal de Contas da União, feita em parceria com tribunais de Contas dos Estados, já tinha indicado a carência de 32 mil professores com formação específica nas 12 disciplinas obrigatórias do nível médio. Com salários baixos, um dos problemas é que a docência não atrai os jovens no ensino superior. Neste ano, o piso nacional do professor foi fixado em R$ 1.697,39, para uma jornada de 40 horas.

Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos Para Educação – ONG que realizou o levantamento, alerta para a importância de políticas de valorização do magistério. “A carreira docente no Brasil precisa ser mais atraente para que os melhores alunos do Ensino Médio se interessem em seguir carreira no magistério. Os professores são os principais atores do processo educacional e a formação adequada, tanto inicial quando continuada, é muito importante para a garantia da aprendizagem das nossas crianças e jovens”, afirma.

Em outubro do ano passado, uma pesquisa internacional mostrou que, entre 21 países, o Brasil fica em penúltimo lugar em relação ao respeito e à valorização dos seus professoresA formação e a valorização dos profissionais da educação é uma das metas do PNE (Plano Nacional de Educação), que está em discussão na Câmara dos Deputados e deve ser votado no dia 22 de abril
Com informações do Uol Educação

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