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domingo, 3 de setembro de 2017

A privatização da Eletrobrás e o desmonte do Estado brasileiro – Por Tomaz S. de Souza Cruz*

eletrobras

Nesta semana, o ministério de minas e energia do governo golpista anunciou a proposta de privatização da Eletrobrás, importante empresa Estatal.
Em comunicado a imprensa, o ministério informou que proporá a redução da participação da União no capital da estatal.

Hoje, a união tem 51% das ações ordinárias e 40,99% do capital total da empresa. O governo espera arrecadar com a operação apenas R$ 20 bilhões.
Acontece, que a receita líquida anual da empresa em 2016 foi de R$ 60.7 bi, três vezes mais o que se espera arrecadar com a transação, ou seja, em um ano, com a redução da participação do governo, o grupo que comprá-la já terá recuperado o investimento arrematado. A Eletrobrás é uma concessionária de serviços públicos estratégica para o país: Tem mais de 230 usinas espalhadas por nosso território, sendo 47 hidroelétricas, 114 térmicas e 69 eólicas com capacidade de gerar aproximadamente 47000 MW (31% do total gerado pelo país), tem mais de 70.000 km de linhas de transmissão cobrindo 47% do nosso sistema nacional, além disso a empresa controla seis distribuidoras, além da Eletronuclear, empresa responsável pelas únicas usinas nucleares brasileiras. Só o citado até aqui, já seria o suficiente para colocar a empresa como o maior grupo do setor elétrico da América Latina: Uma empresa tão importante quanto a Petrobrás.

Não bastasse o entreguismo das nossas estatais, o governo ilegítimo tenta mascarar estas ações declarando que “não há espaço para aumento nas tarifas de energia e que os problemas não podem ser transmitidos a população”, o que não passa de uma farsa: Graças ao atual regime de cotas, as usinas da Eletrobrás vendem a energia mais barata do país: o preço cobrado é menos de 1/4 do preço praticado no mercado, porém, o governo já declarou que almeja acabar com o regime e permitir que o controle das usinas passem para o sistema privado que irá vender a energia elétrica ao preço de mercado, ou seja, mais dificuldades para o nosso bolso.
Propostas desse tipo já não são novidade no nosso país, na década de 90, o ex-Presidente FHC com o mesmo discurso do atual governo de equilibrar as contas públicas privatizou 26 empresas do setor elétrico dentre outras, resultado: A dívida líquida do setor público subiu de 32% do PIB em 1994 para 56% do PIB em 2002.
Não podemos repetir os erros do passado.
A soberania nacional está em risco caso esse absurdo se efetive, não só perderemos o controle sobre a nossa energia elétrica, como também por nossa matriz energética ser predominantemente hidroelétrica, o controle sobre a vazão dos nossos rios e águas, outra riqueza de importância inestimável para a nossa nação, que então estaria nas mãos de grupos privados e estrangeiros que não tem nenhum compromisso com o nosso desenvolvimento econômico e tecnológico, esses dois dos quais a Eletrobrás é um grande expoente.
O Brasil é um país demasiadamente rico em recursos naturais para não ter um projeto de nação que defenda nossa soberania e a coloque na mão do povo. As ações do governo mostram que não só ele não tem nada a apresentar nessa direção como seu projeto é diametralmente oposto: O de desmonte do estado Brasileiro. A juventude não vai permitir que nosso futuro seja tomado desse jeito por um governo que se quer tem legitimidade para tomar tais ações. Contra o desmonte do Brasil: A Eletrobrás é nossa!
*Tomaz S. de Souza Cruz – Estudante de Física e Militante da UJS Santa Catarina

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