Ruge a alegria da revolta
Nas nossas ruas concorridas...
De quando em quando o canhão solta
As ocas vozes desmedidas...
O crebro e acre estralejar
Da nítida fuzilaria
Ocupa as curvas do ar
Com a sua certeza fria...
Cai a noite, mas continua
Na incerta inclinação da hora
A voz dos tiros, cousa nua
No ouvido que conhece e ignora.
Uma febre ligeira toma
Os nervos deslocadamente...
Cada minuto ao longe assoma
Em solidão à alma ausente...
Que querem todos? Nada... Um palmo
De ilusão mais sobre nuvens belas...
E cobre tudo, alheio e calmo
O céu, tão plácido de estrelas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário