.16º CLAE homenageará estudantes mártires das ditaduras na América LatinaUNE mobiliza delegação de mais de 500 estudantes para o congresso, que acontecerá entre os dias 10 a 15 de agosto em Montevidéu, Uruguai
Durante os dias 10 a 15 de agosto, a cidade de Montevidéu, no Uruguai, se prepara para receber o 16º Congresso Latino-Americano e Caribenho de Estudantes (Clae), o mais importante espaço de discussão para definir os rumos da educação no continente. Na ocasião, questões como a regulamentação do ensino privado, o fortalecimento da educação pública e a mobilidade acadêmica serão os principais temas discutidos.
No congresso, também acontecerá uma importante marcha relembrando os estudantes mártires das ditaduras na América Latina, quando quatro brasileiros serão homenageados: os estudantes João Carlos Haas Sobrinho, desaparecido em 1972; Honestino Monteiro Guimarães, desaparecido em 1973; Edson Luis de Lima Souto, morto em 1968 e Helenira Rezende de Souza Nazareth, também assassinada em 1968.
Essa marcha é organizada anualmente pela FEUU (Federação de Estudantes Universitários do Uruguai) em memória a Liber Arce, o primeiro mártir estudantil da ditadura uruguaia, morto em 1968. Dessa vez, como acontecerá durante o congresso, serão homenageados estudantes vítimas dos regimes militares de todo o continente.
“A realização da marcha durante um congresso da dimensão e abrangência do 16º CLAE é importante, em primeiro lugar, para fazer com que os tempos de ditadura permaneçam na memória de todos como algo horrível e que não pode nunca mais se repetir. Em segundo lugar, a homenagem faz o elo entre essa geração de jovens que lutou contra uma ditadura e a atual geração que se espelha nas anteriores para lutar pela ampliação da democracia e do avanço da sociedade”, comentou o representante brasileiro no secreatriado executivo da OCLAE, Mateus Fiorentini.
Bandeiras de lutaA delegação brasileira levanta como principal bandeira no fórum a integração latino-americana para um desenvolvimento soberano do continente por meio da educação. “Defendemos um projeto de desenvolvimento do Brasil, mas isso só é possível com um desenvolvimento solidário ao da America Latina. Queremos, com nossa participação, fortalecer essa integração por meio da educação”, explica o presidente da UNE, Daniel Iliescu.
Um dos principais debates levantados no congresso será a criação de um plano de mobilidade acadêmica para o continente. Nessa pauta, a UNE apresentará duas experiências concretas que o Brasil tem nessa área: a UFFS (Universidade Federal da Fronteira do Sul) e a UNILA (Universidade Federal Da Integração Latino-Americana). “É fundamental preservar o caráter público do ensino, e que o mesmo contribua para a integração justa e solidária dos países da América Latina”, explica Iliescu.
Apoio aos estudantes chilenosAs recentes manifestações dos estudantes chilenos contra o governo e a mercantilização da educação estarão no eixo dos debates do congresso como motivação para se discutir a organização dos movimentos sociais na América Latina. “A principal forma de luta do movimento estudantil segue sendo a manifestação de rua, a passeata. Assim como as gerações passadas, lutamos em defesa da democracia, mas hoje a luta é pela ampliação da participação e pela liberdade de organização. Hoje em dia podemos fazer isso de forma irreverente”, comentou Mateus se referindo às manifestações lúdicas protagonizadas pelos estudantes chilenos nos últimos dias, como o “thriller” em defesa da educação, “os 1.800 metros” em defesa da educação pública, os “super-heróis” contra a mercantilização do ensino.
Fonte: UNE.
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