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sábado, 6 de agosto de 2011

16º CLAE HOMENAGEARÁ ESTUDANTES MÁRTIRES DAS DITADURAS NA AMÉRICA LATINA

.16º CLAE homenageará estudantes mártires das ditaduras na América LatinaUNE mobiliza delegação de mais de 500 estudantes para o congresso, que acontecerá entre os dias 10 a 15 de agosto em Montevidéu, Uruguai

Durante os dias 10 a 15 de agosto, a cidade de Montevidéu, no Uruguai, se prepara para receber o 16º Congresso Latino-Americano e Caribenho de Estudantes (Clae), o mais importante espaço de discussão para definir os rumos da educação no continente. Na ocasião, questões como a regulamentação do ensino privado, o fortalecimento da educação pública e a mobilidade acadêmica serão os principais temas discutidos.

No congresso, também acontecerá uma importante marcha relembrando os estudantes mártires das ditaduras na América Latina, quando quatro brasileiros serão homenageados: os estudantes João Carlos Haas Sobrinho, desaparecido em 1972; Honestino Monteiro Guimarães, desaparecido em 1973; Edson Luis de Lima Souto, morto em 1968 e Helenira Rezende de Souza Nazareth, também assassinada em 1968.

Essa marcha é organizada anualmente pela FEUU (Federação de Estudantes Universitários do Uruguai) em memória a Liber Arce, o primeiro mártir estudantil da ditadura uruguaia, morto em 1968. Dessa vez, como acontecerá durante o congresso, serão homenageados estudantes vítimas dos regimes militares de todo o continente.

“A realização da marcha durante um congresso da dimensão e abrangência do 16º CLAE é importante, em primeiro lugar, para fazer com que os tempos de ditadura permaneçam na memória de todos como algo horrível e que não pode nunca mais se repetir. Em segundo lugar, a homenagem faz o elo entre essa geração de jovens que lutou contra uma ditadura e a atual geração que se espelha nas anteriores para lutar pela ampliação da democracia e do avanço da sociedade”, comentou o representante brasileiro no secreatriado executivo da OCLAE, Mateus Fiorentini.

Bandeiras de lutaA delegação brasileira levanta como principal bandeira no fórum a integração latino-americana para um desenvolvimento soberano do continente por meio da educação. “Defendemos um projeto de desenvolvimento do Brasil, mas isso só é possível com um desenvolvimento solidário ao da America Latina. Queremos, com nossa participação, fortalecer essa integração por meio da educação”, explica o presidente da UNE, Daniel Iliescu.

Um dos principais debates levantados no congresso será a criação de um plano de mobilidade acadêmica para o continente. Nessa pauta, a UNE apresentará duas experiências concretas que o Brasil tem nessa área: a UFFS (Universidade Federal da Fronteira do Sul) e a UNILA (Universidade Federal Da Integração Latino-Americana). “É fundamental preservar o caráter público do ensino, e que o mesmo contribua para a integração justa e solidária dos países da América Latina”, explica Iliescu.

Apoio aos estudantes chilenosAs recentes manifestações dos estudantes chilenos contra o governo e a mercantilização da educação estarão no eixo dos debates do congresso como motivação para se discutir a organização dos movimentos sociais na América Latina. “A principal forma de luta do movimento estudantil segue sendo a manifestação de rua, a passeata. Assim como as gerações passadas, lutamos em defesa da democracia, mas hoje a luta é pela ampliação da participação e pela liberdade de organização. Hoje em dia podemos fazer isso de forma irreverente”, comentou Mateus se referindo às manifestações lúdicas protagonizadas pelos estudantes chilenos nos últimos dias, como o “thriller” em defesa da educação, “os 1.800 metros” em defesa da educação pública, os “super-heróis” contra a mercantilização do ensino.
Fonte: UNE.

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