Com o tema “2011 razões para marchar por desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade”, a 4º edição da Marcha das Margaridas acontece nos dia 16 e 17 de agosto, em Brasília, e são esperadas mais de 100 mil mulheres. A passeata é organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetags) e Sindicatos de Trabalhadores Rurais.
A Marcha das Margaridas é uma ação estratégica das mulheres do campo e da floresta para conquistar visibilidade, reconhecimento social, político e cidadania plena. Realizada nos anos 2000, 2003 e 2007, a marcha vem se consolidando na luta contra a fome, a pobreza e a violência sexista, entretanto há um longo caminho para trilhar por mais políticas estruturantes e políticas públicas para as mulheres.
Os assuntos que são discutidos neste ano são “Biodiversidade e Democratização dos Recursos Naturais”, “Terra, Água e Agroecologia”, “Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional”, “Autonomia Econômica”, “Trabalho e Renda”, “Educação Não Sexista”, “Sexualidade e Violência”, “Saúde e Direitos Reprodutivos” e “Democracia, Poder e Participação Política”.
“No mês da Jornada de lutas dos movimentos sociais e sindicais, a UNE se soma as causas das trabalhadoras rurais, apoiando as conquistas e as reivindicações que vão apresentar em Brasília, com a Marcha das Margaridas”, diz o presidente da UNE, Daniel Iliescu.
Além da participação da União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes (UBES) e Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG)a marcha conta com a presença da União Brasileira de Mulheres (UBM), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Conselho Nacional de Saúde (CNS), Movimento da Mulher Trabalhadora Rural (MMTR), Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), Marcha Mundial das Mulheres (MMM), - Coordenação das Organizações dos Produtores Familiares do Mercosul (Coprofam), Rede de Mulheres Rurais da América Latina e Caribe (REDELAC), Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), dentre outros.
Programação
A agenda da marcha concentra as atividades a partir das 20h do dia 15 de agosto, quando as primeiras delegações chegam. Para a manhã do dia seguinte estão previstos a inauguração da Mostra Nacional das Margaridas, Painéis de Debates, o lançamento da Campanha Contra Agrotóxicos e do Projeto de Lei de Iniciativa Popular para Reforma Política, além de atividades culturais, uma sessão solene no Congresso Nacional e Exposição Fotográfica sobre a trajetória de lutas das mulheres trabalhadoras rurais. À tarde acontece o lançamento do CD Canto das Margaridas e à noite show com Margareth Menezes.
No dia 17 de agosto, a Marcha das Margaridas caminha rumo à Esplanada dos Ministérios pela manhã, lá as mulheres realizam o ato político da Marcha em frente ao Congresso Nacional. A presidenta Dilma já confirmou, por meio da Secretaria-Geral da Presidência da República, que encontrará as mulheres logo após o ato.
Marcha das Margaridas
A maior mobilização de mulheres trabalhadoras rurais do campo e da floresta do Brasil tem esse nome, como uma forma de homenagear a trabalhadora rural e líder sindical Margarida Maria Alves.
Margarida Alves é um grande símbolo da luta das mulheres por terra, trabalho, igualdade, justiça e dignidade. Rompeu com padrões tradicionais de gênero ao ocupar por 12 anos a presidência do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Alagoa Grande, estado da Paraíba. À frente do sindicato fundou o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural. A sua trajetória sindical foi marcada pela luta contra a exploração, pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, contra o analfabetismo e pela reforma agrária. Margarida Alves foi brutalmente assassinada pelos usineiros da Paraíba em 12 de agosto de 1983.
Fonte: UNE.
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