Diminuir a exclusão feminina da política é necessário para construir uma sociedade mais justa
As mulheres brasileiras estão
monopolizando a disputa presidencial do Poder Executivo nas eleições de
2014, mas devem continuar com baixa atuação nos principais cargos do
Poder Legislativo. Apesar do Brasil ter uma mulher na presidência, a
participação feminina ainda é muito escassa nas tomadas de decisões dos
rumos do país.
A falta de representatividade
das mulheres é decorrente de um processo histórico de repressão, que
perpetua até os dias de hoje e é propagado também pela política
institucional brasileira. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) dos 513 deputados federais brasileiros
hoje, apenas 45 são mulheres. Já no Senado, dos 81 parlamentares na Casa
apenas nove são mulheres.
Para alavancar o
desenvolvimento do país garantindo a ampliação dos direitos da mulher um
dos desafios é vencer o preconceito de gênero que persiste em todos os
campos e classes sociais, mas para que isso aconteça é necessário
reconhecer a desigualdade entre os gêneros.
“Reconhecer que existem
diferenças e preconceitos velados é a única maneira de superá-los. Como
muitas mulheres militantes e jovens, construí minha trajetória de forma
independente no movimento estudantil. Mesmo assim, tenho que provar
constantemente a minha capacidade de trabalho”, afirma a deputada
federal, Manuela D’Ávila.
Para mudar a mentalidade da
sociedade machista em que estamos inseridos é necessário que as mulheres
busquem mais protagonismo e conquista de espaços, a mudança na
sociedade se refletirá no Executivo e no Congresso.
“A atuação das mulheres na
política é primordial para assegurar a continuidade do desenvolvimento
do Brasil. Nós mulheres somos protagonistas em discussões de matérias
com grande valor social, econômico e político, mas há muito a avançar.”,
afirma a Diretora de Mulheres da UBES, Rose Nascimento.
Para resolver esta
desigualdade é preciso estabelecer a paridade de gênero em todos os
cargos de poder dentro das agremiações políticas e equidade na
distribuição dos recursos de campanha. Mas acima de tudo, é preciso
haver uma reforma política, garantindo um processo de democratização
radical dos partidos, eleições livres e limpas em todos os níveis.
Voto feminino e negro será determinante nessas eleições
De acordo com pesquisas
publicadas pelo instituto Patrícia Galvão, pela primeira vez na história
das eleições diretas a Presidência do Brasil, as eleitoras superam os
votantes homens em 6 milhões. Além disso, a população negra e parda é
maioria no eleitorado brasileiro de maneira inédita na escolha do
mandatário do país.
Apesar de o eleitorado
feminino ser maior desde o ano 2000, seu peso neste ano é inédito,
somando 74,4 milhões de votantes mulheres diante de 68,2 milhões de
votantes masculinos.
Após duas décadas de ditadura
civil e militar, negros ou pardos representam 55% do eleitorado
brasileiro, declarando-se brancos outros 44% da população e amarelos 1%
dos entrevistados pelas pesquisas.
Fonte: UBES
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