Em toda a história do Brasil, não houve
um só momento que as graves violação dos Direitos Humanos não fossem
transpassadas por lutas de combatentes revolucionários pela liberdade e
democracia no país. A Guerrilha do Araguaia é uma delas e recebe nesses
dias 8 e 9 de setembro a atenção da Comissão Nacional da Verdade (CNV).
Convocados em Brasília, nove dos agentes
que aturam na repressão nos anos 70. Segundo informações da comissão
instituída com a finalidade de apurar graves violações ocorridas entre
18 de setembro e 5 de outubro de 1988, oito dos convocados já haviam
recebido o chamado e não compareceram.
Em declaração publicada pela agência
Brasil, oficial da reserva José Conegundes, se recusou a depor na
segunda-feira (8). “Não vou comparecer. Se virem. Não colaboro com o
inimigo”, afirmou na CNV.
Entre as atribuições da CNV, um Grupo de
Trabalho dentro é destinado à pesquisa do evento conhecido como
“Guerrilha do Araguaia”, focado nas operações militares, mortos e
desaparecidos da região.
A Guerrilha do Araguaia
Com operários, camponeses, bancários,
médicos, engenheiros, geólogos e, principalmente, estudantes
universitários, a Guerrilha do Araguaia destinada a organizar a
resistência armada contra a ditadura entre 1972 e 1974. Na época da
ditadura militar, a região em que a guerrilha ocorreu foi palco da maior
resistência armada contra o regime ditatorial. O local recebeu um
contingente militar comparável ao da Força Expedicionária Brasileira
(FEB), que lutou na Europa durante a Segunda Guerra Mundial.
O movimento guerrilheiro, organizado
pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), resistiu com o apoio dos
camponeses que ali viviam se constituindo com marco das lutas populares.
Para aniquilar a resistência, houve uma repressão brutal, na qual
guerrilheiros e os moradores foram alvo de torturas e assassinatos.
Considerado um dos episódios mais violentos registrados durante o último
período militar, segundo a comissão, no desaparecimento de 70
militantes e moradores da região e na morte de oito militares em
circunstâncias nem sempre devidamente esclarecidas.
Comissão da Verdade
A Comissão Nacional da Verdade foi criada pela Lei 12528/2011 e instituída em 16 de maio de 2012. O foco principal será apurar casos de desaparecidos políticos.
De acordo com o livro-documento Direito à
Memória e à Verdade, elaborado pelo governo federal, há 150 casos de
opositores do regime militar que desapareceram após serem presos ou
sequestrados por agentes do Estado.
Em 2010, o Brasil foi condenado na Corte
Interamericana de Direitos Humanos da OEA em ação movida por familiares
de mortos e desaparecidos na Guerrilha do Araguaia, na região de
Marabá, no Pará.
Da Redação, com Agências
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