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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

CIDADES MAIS HUMANAS, COMO FAZER?

Plataforma eleitoral da UNE quer que os jovens se apropriando dos espaços urbanos
O pleito eleitoral que acontece no próximo mês será o primeiro após as manifestações que mobilizaram o país em Junho de 2013. Por isso, nestas eleições estão em jogo também expectativas às reivindicações de um Brasil que exige mais direitos ao povo.

Esse processo de busca por transformações estruturais aponta, sobretudo, a necessidade de um desenvolvimento nacional em novos pilares. A questão da mobilidade urbana, causa inicial das manifestações, está diretamente inserida num contexto sobre direito a cidades mais humanizadas.

A UNE em sua plataforma eleitoral, o projeto UNE pelo Brasil, aprovado no 62º CONEG, realizado entre os dias 31 de maio e 01 de junho, em São Paulo, traz dentro do tema de Cidades Mais Humanas o passe livre estudantil, uma pauta de luta histórica da UNE. O passe livre estudantil é uma realidade que já ocorre em alguns estados brasileiros, como Pernambuco, Espírito Santo, Goiás e Rio Grande do Sul, o que para a diretora de Assistência Estudantil da UNE, Daniele Ferreira, aumenta a possibilidade de construirmos nacionalmente uma política que garanta aos estudantes o direito ao passe livre com as eleições de 2014.

“Para os candidatos e candidatas que serão eleitos em 2014 a questão da mobilidade urbana com recorte para acesso dos estudantes gratuitamente ao transporte precisa ser item central na execução dos programas de governo em nível federal, estadual, nos projetos de lei das câmaras de deputados e também no Senado”, afirma.

Com a pressão dos movimentos sociais uma política nacional de mobilidade urbana avançou com prioridade no transporte coletivo. “Para a UNE e para a juventude brasileira a criação de uma lei que garanta passe livre estudantil a todos os estudantes brasileiros será um marco da luta por direito ao transporte e educação digna”, ressaltou.

MORADIA

Para a diretora da UNE na construção de um projeto estruturante de país o direito à moradia também é fundamental. Ela lembrou que o Brasil tem sofrido ao longo dos anos com uma expansão desordenada das cidades brasileiras. “O inchaço populacional nas cidades é também produto da migração rural, porém, ao longo dos anos outros fatores assumiram relevância no processo de organização e garantia do direito de ocupação da cidade”, destacou.

De acordo com Daniele a especulação imobiliária é um desses fatores, pauta do 62º CONEG. “O processo de privatização das cidades brasileiras tem estreita relação com o capital especulativo, há uma verdadeira estocagem de imóveis com nítido intuito de obtenção de maiores lucros no processo de compra e venda. Ou seja, as empreiteiras constroem casas que não servirão de moradia às famílias, mas servirão ao capital especulativo garantindo mais recursos financeiros aos tubarões do mercado imobiliário”, explicou.

Ela afirma que ainda que tenhamos iniciativas fundamentais na diminuição do déficit existente na questão do direito á habitação, a exemplo do Programa Minha Casa, Minha Vida, os números mostram que ainda é preciso fazer muito mais. O programa de Governo em suas duas edições possibilitou acesso à moradia a 6,4 milhões de pessoas, no entanto, os dados do movimento de luta por moradia apontam que há hoje no Brasil cerca de 18 milhões de pessoas que não possuem moradia própria.

“É preciso mudar a lógica numa perspectiva do que é necessário para garantia de um desenvolvimento social com qualidade e dignidade para os brasileiros. A conquista da cidadania plena não será concretizada sem um rompimento com esse método econômico e opressor de organização das cidades”, afirmou.

ESPAÇOS DE CULTURA PARA JOVENS, COMO ISSO PODE SAIR 

O investimento em espaços de cultura é uma demanda real da juventude brasileira. Os “rolezinhos”, recentemente, reivindicaram mais espaços de socialização e cultura para a juventude dos centros periféricos das cidades. A UNE tem na sua história um importante instrumento pioneiro de organização e ampliação do acesso à cultura, o CUCA da UNE, que promoveu ações audiovisuais, teatrais, de literatura, de artes e música nas universidades brasileiras.

Para Daniele é certo que é preciso extrapolar os muros das universidades, afinal, uma parcela ainda pequena da população brasileira tem a possibilidade de acessar os conhecimentos do ensino superior, e há inúmeros grupos de produção de cultura organizados em cada comunidade do Brasil. “Para que os espaços de cultura previstos no Estatuto da Juventude saiam do papel é preciso considerar o potencial que esses espaços e grupos de cultura já existentes podem ter. É preciso dá-lhes a oportunidade através de políticas públicas, programas e editais de governo de organizar nas comunidades ações de acesso à cultura, exemplo do que realizou o CUCA UNE nas universidades”, comenta.
O documento UNE pelo Brasil conta com temas e propostas considerados fundamentais nessas eleições. Acesse na íntegra http://www.une.org.br/wp-content/uploads/Catilha-CONEG_FINAL.pdf

Cristiane Tada - UNE





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