Terreiro pode virar patrimônio: "Xangô é o ar que eu respiro"
João, Pedro e uma dúvida de cor: "Não tenho dó de tinta"
Mário Lisboa Theodoro: "O Brasil quer mesmo é ser louro"
“Em regra, o senhor pode tudo. Se quiser ter o escravo fechado perpetuamente dentro de casa, pode fazê-lo; se quiser privá-lo de formar família, pode fazê-lo; se tendo ele mulher e filhos, quiser que eles não se vejam e não se falem, mandar que o filho açoite a mãe, apropriar-se da filha para fins imorais, pode fazê-lo. Imaginem todas as mais extraordinárias perseguições que um homem pode exercer contra outro, sem o matar, sem separá-lo por venda de sua mulher e filhos menores de 15 anos e ter-se-á o que legalmente é a escravidão entre nós”
Joaquim Nabuco, 1849/1910, O abolicionismo, Editora UnB, 2003, página 161
NEGRA BRASÍLIA
Treze brasilienses vão contar, de hoje a dia 30, como é ser negro e morar na capital do país
Nem todos nascem sabendo que são negros. No país que até hoje renega ou disfarça o preconceito racial, os de pele parda ou preta têm de aprender que pertencem a uma matriz comum, que são herdeiros de 380 anos de escravidão e de mestiçagem com o português e com o índio. Na capital dos brasileiros, os afro-descendentes são tratados de um modo singular e ao mesmo tempo perverso. A segregação é espacial. Enquanto o Plano Piloto é 70% branco, o Itapoã é 79% negro (preto + pardo) ou 64% pardo.
No ano em que se comemora o centenário de nascimento do abolicionista Joaquim Nabuco, o Correio Braziliense vai contar a história de negros brasilienses, homens e mulheres, adolescentes e adultos, moradores de áreas nobres e de cidades-satélites. Relatos em primeira pessoa de quem experimenta o preconceito, as dúvidas, as angústias, os medos, a raiva, as conquistas, a dor e a delícia de ter a identidade negra
Fonte: Correio Braziliense.
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