As políticas afirmativas e a luta contra o racismo foi o tema do debate 16 da programação do 13º CONEB, que aconteceu no último domingo (16) no campus Ilha do Fundão da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Sob a mediação do diretor de combate ao Racismo da UNE, Cledisson Junior, o presidente do congresso nacional afro-brasileiro Eduardo de Oliveira, o presidente da UNEGRO, Edson França,o advogado da Educafro Júlio César Alves de Oliveira e o ex diretor de combate ao racismo da UNE e integrante do Coletivo Nacional Enegrecer, Herlom Miguel Cruz debateram sobre os desafios e as novas perspectivas da questão racial.
Em um país no qual 51% da população é negra e somente 2% dela se encontram matriculados em universidades publicas, a educação foi tratada, durante o debate, como prioridade. O avanço na educação de base, a igualdade de acesso à universidade e a criação de políticas de permanência para os cotistas no ensino superior foram alguns dos assuntos abordados.
Segundo Herlom, 60% dos alunos que recebem o benefício do ProUni são negros ou afro descendetes.“Enquanto o Brasil não tiver um bom ensino é necessário ter cota, ela é um instrumento propositivo, afirmativa e paralela com outras políticas que tem melhorado a democracia do ensino no país”, afirma.
Durante a mesa, para contemplar a participação das mulheres na discussão, foram convidadas em caráter especial as coordenadoras de Combate a Opressões do DCE da UFSM do Rio Grande do Sul, Suelen Aires e Naira da Silva que relataram a vida do estudante afro dentro da universidade.
A importância da inserção do negro no mercado de trabalho também foi pautado. “O negro precisa estar no comando da economia, da produção, ocupando os setores tecnológicos. É necessário que ele influencie e tenha acesso aos espaços de ponta,” afirmou Edson França.“A UNE está ajudando a construir o futuro, contribuindo para os que os negros e as negras tenham acesso à universidade” concluiu.
O ponto alto do encontro foi a participação do presidente do Congresso Nacional Afro-brasileiro, Eduardo de Oliveira, que em sua participação realizou a execução do Hino da Negritude, que escreveu aos 16 anos. “Valeu a pena viver 85 anos e poder ver essa nova geração lutando pelos ideias pTelas quais eu e meus antepassados passamos a vida inteira lutando”, afirmou emocionado.
O debate foi um aquecimento para o III Encontro de Negros, Negras e Cotistas da UNE (ENUNE), que acontece de 20 a 22 de Maio em Salvador-BA com o tema “ O Brasil após expansão das políticas de ações afirmativas” . O encontro é um espaço de debate centralizado nas políticas de ações afirmativas para a população negra, privilegiando os debates em torno do acesso e da permanência dos estudantes negros ao ensino superior através de cotas ou não.
Thatiane Ferrari
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