A oportunidade de ingresso ao ensino superior em instituições privadas foi tema de debate durante o 13º CONEB da UNE
O 13º CONEB da UNE, no último domingo (16), reuniu cerca de 200 estudantes para o debate 14 com o tema “ProUni – Diagnóstico e Bandeiras de Luta”. O Programa Universidade para Todos, criado em 2004 durante o governo Lula, oferece bolsas de estudos em instituições de educação superior privadas, em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, a estudantes brasileiros sem diploma de nível superior. Desde criação, o programa já beneficiou mais de 700 mil estudantes de baixa renda.
Mediada pelo presidente do DCE da Universidade Paulista e membro da comissão do ProUni Márcio Bico, a mesa trouxe para o debate a mestre em educação pela PUC-SP e ex vice presidente da UNE Fabiana Costa e o presidente do sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio de Janeiro e membro da Comissão Nacional de Acompanhamento do ProUni, Wanderley Quêdo. Eles discutiram os avanços e as prioridades do programa que mudou o rumo da educação superior no Brasil.
Vice presidente da UNE no momento da criação do programa, Fabiana Costa fez um balanço do crescimento da educação em relação ao programa e discorreu sobre sua pesquisa de finalização de mestrado, quando acompanhou o perfil dos estudantes prounistas da PUC-SP fazendo um estudo minucioso como do rendimento dos alunos bolsistas, que hoje é comprovado igual ou superior aos demais alunos.
Quêdo sugeriu a união dos prounistas com a instalação da Comissão Nacional de Acompanhamento do ProUni, em todos os Estados do Brasil. “ O programa é um projeto histórico, porém ainda não é a solução. Ele necessita ser acompanhado e precisa da participação ativa de todos estudantes”, afirmou .
A bolsa permanência na universidade, o excesso de documentos para a comprovação de renda e a qualidade do ensino oferecido nas universidades particulares entraram em pauta. Segundo Quêdo, 72% das matriculas do ensino superior está no setor privado, o que mostra um crescimento educacional desordenado. “Cabe à sociedade civil estudantil cobrar a regulamentação e a qualidade do ensino privado, que muitas vezes transforma o professor em acompanhador e não mestre”.
A UNE realizou, durante o último ano, diversos encontros de estudantes prounistas por todo o país, discutindo as questões prioritárias para a continuação e a qualidade do programa “ É importante que os DCEs e CAs tomem a iniciativa de realizar encontros de prounistas”, relembrou Márcio.
A platéia, constituída em sua maioria por bolsistas de universidades particulares, não só debateram as questões como relataram suas mudanças de vida através do benefício. “Com o ProUni tive a oportunidade de ingressar no nível superior e, independente da minha situação socioeconômica, tenho a chance de realizar meu sonho e cursar uma universidade”, relatou o estudante de farmácia da UNOESTE de Presidente Prudente-SP, Antonio Bonfim.
“Não queremos mais desperdiçar as grandes mentes brasileiras por falta de acesso a universidade”, afirmou Fabiana, que participará da programação do Buteco Literário da 7ª Bienal da UNE apresentando seu livro “ProUni: o olhar dos estudantes beneficiados”, no dia 21 de janeiro às 17h.
Thatiane Ferrari
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