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domingo, 20 de agosto de 2017

Grito dos Excluídos de 2017 será “por direitos e democracia, a luta é todo dia”

23ª Edição do Grito dos Excluídos
Na 23ª edição do Grito dos Excluídos, os movimentos sairão às ruas do país com as bandeiras reafirmando que a luta por direitos e democracia se faz todos os dias. A atividade ocorre no dia 7 de setembro em diferentes estados brasileiros. É o dia da comemoração da independência do Brasil. Nada melhor do que esta data para refletir sobre a soberania nacional, que é o eixo central das mobilizações do Grito.
A programação das atividades do Grito dos Excluídos no Distrito Federal será divulgada em breve.
O objetivo maior da manifestação é valorizar a vida e anunciar a esperança de um mundo melhor, construindo ações a fim de fortalecer e mobilizar a classe trabalhadora nas lutas populares; assim como denunciar a estrutura opressiva e excludente da sociedade e do sistema neoliberal que nega a vida e quer nos impedir de sonhar.
Em 2017, o Grito dos Excluídos abordará sete grandes eixos para reflexão, denúncia e ação. Confira:
1- Democratizar a Comunicação
Na era da informação quem detém a mídia tem poder sobre a opinião das pessoas. A comunicação é um bem público que o Estado concede o direito de operar, só que no Brasil essa operação atende a interesses particulares, dos endinheirados que só visam ao lucro. Denunciamos esse modelo de mídia e comunicação e exigimos a sua regulamentação, assim como um processo transparente de democratização da informação em nosso país.
2 – Direitos Básicos
O Brasil “democrático” foi construído com um desejo impetuoso das elites de dominar, acumular e lucrar mais e mais à custa do povo. É um Brasil que desrespeita os direitos fundamentais: à vida, à dignidade, a ter direitos. O acesso, ampliação e universalização dos direitos fundamentais conquistados e garantidos na Constituição Federal de 1988, e que não foram plenamente implementados e universalizados, hoje estão sendo ameaçados.
Em nome da crise econômica, o governo golpista de Michel Temer está fundamentando a redução e a negação de direitos básicos, com o corte dos investimentos sociais, beneficiando ao sistema financeiro transnacional. Estamos no meio de um ataque aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras: congelamento dos investimentos por 20 anos, reformas da previdência e trabalhista que abrem um leque para privatizações dos serviços básicos. Vamos nos juntar e fortalecer a luta e a resistência contra qualquer retrocesso e ameaça aos nossos direitos (saúde, educação, aposentadoria, terra, água, salário maternidade, transporte, etc.). Nenhum direito a menos! Por isso, a rua é o nosso lugar!
3 – Estado fomentador de violência
A política do Estado mínimo imposta pelo sistema capitalista neoliberal busca a acumulação de capital, em detrimento das políticas sociais, cuja implementação, muitas vezes, fica a cargo de terceiros. Prática que fomenta as várias situações de violência.
A violência é justificada como forma para o Estado funcionar, ela é “silenciosa” e seletiva com os setores vulneráveis da sociedade a fim de contê-los. O sistema capitalista exclui a juventude negra, pobre e da periferia, degrada o meio ambiente e mata negros, mulheres, índios, quilombolas, LGBT(s) e não nos suporta!
4 – Que projeto de país desejamos? Que Estado queremos?
O Estado sempre foi assediado e disputado pelo capital como instância que lhe garante acessos, facilidades e proteção. A corrupção não é uma novidade, nem no Brasil, nem em lugar algum do mundo, ela faz parte do sistema e o mantém. Portanto, devemos
nos desvencilhar desta armadilha que foi montada sobre a corrupção e de processos eleitorais, e refletir sobre: Que Estado queremos? Que país desejamos? Certamente, uma nação que sustente um projeto comum, que garanta o crescimento econômico, não dos grandes empresários, das instituições milionárias, mas sim dos trabalhadores. Com distribuição de renda de forma igualitária, garantia de fato dos direitos a todos e todas, especialmente os/as mais vulneráveis e excluídos/das.
5 – Participação política é emancipação popular
Sob um governo golpista e ilegítimo, as experiências coletivas estão em xeque. O trabalho de base e a formação de coletivos de luta e resistência, nos mais diferentes recantos de nosso país, rompem com esse novo padrão que tentam nos impor.
Reconstruímos o país com as Diretas Já, elaboramos uma avançada Constituição Cidadã, conquistamos vários direitos que hoje estão ameaçados. Isso indica que não há um modelo pronto. A participação política é fundamental para provocar processos de mudanças estruturais, na construção de uma sociedade, de um Estado e um país livre, democrático, justo e igualitário. Todos e todas somos convidados a participar para construir a democracia e assegurar nossos direitos.
6 – Unir generosas/os nas ruas
A rua traz consigo dois sentidos, principalmente para moradores das periferias, pode ser um ambiente de acolhimento, mas também de abandono e perigo. Toda a violência sofrida pela periferia, sobretudo a policial, provoca o medo das pessoas de frequentar a rua como um espaço de convivência e de uso coletivo, o que nem sempre é uma preocupação em alguns bairros de classe média.
Em tempo de retrocessos democráticos se torna mais urgente e necessário ocuparmos esse espaço. Vamos para as ruas não só para lutar, mas também para celebrar. Ocupar a rua é vivenciar, é sentir, é olhar o outro sem preconceitos, racismo, machismo, homofobia, é olhar o outro na sua integralidade e como companheiro/a.
7 – Uma ecologia integral
A Campanha da Fraternidade desse ano trouxe para a reflexão os biomas brasileiros, as ameaças a que estão submetidos e a convocação para lutar em sua defesa. Falar de bioma não é só falar de plantas, animais, fungos e as relações entre si, mas também inclui os seres humanos. Denunciar e lutar contra a destruição dessa comunidade é lutar por nossa casa comum, pela vida em toda a sua integralidade, pelo Planeta, “que sofre em dores de parto”. É preciso resistir e lutar: pela nossa história, pela vida do Planeta, por “Vida em primeiro lugar”!
O Grito dos Excluídos foi concebido para ser um processo de construção coletiva. Hoje compõem a Coordenação Nacional a Comissão 8 da CNBB, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Cáritas Brasileira (CB), Central dos Movimentos Populares (CMP), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Pastoral Operária (PO), Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Rede Jubileu Sul Brasil, Grito Continental, Juventude Operária Católica (JOC), Pastoral Afro Brasileira, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Pastoral da Mulher Marginalizada (PMM), Rede Rua, Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP), Pastoral da Juventude (PJ) e Pastoral Carcerária (PCR).
Aguarde mais informações.
SINPRO/DF

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