Janelas do prédio B depois do incêncio na madrugada do dia 04/08
G1
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Cerca de 250 estudantes estão em alojamentos provisórios e sem perspectiva
A moradia estudantil de uma das maiores universidades do país localizada no campus da Ilha do Fundão da Universidade Federal do Rio de Janeiro pegou fogo no meio da madrugada desta quarta-feira (02/8). Cerca de 250 estudantes moram no local. O fogo começou no segundo andar do prédio B que teve 10 quartos totalmente destruídos pelo fogo. Durante os momentos de terror um estudante se jogou da janela no prédio e teve uma fratura exposta. Cerca de 20 estudantes foram consultados e apresentaram algum trauma físico ou psicológico.
“Precisamos primeiro de uma ajuda imediata para essa galera que teve tudo queimado para comprar coisas. Tem também muitos estrangeiros que perderam os documentos no incêndio e a reitoria precisa ajudar com isso. E precisamos de um local com uma estrutura mínima de (alojamento, transporte e comida) até que a obra de reforma do prédio que queimou esteja concluída”, destacou a estudante de Geografia, Babi Cardoso, moradora do 4º andar.
A reitoria colocou a superintendência de Assistência Estudantil para cadastrar os alunos e tentar resolver a ajuda emergencial.
Os estudantes foram encaminhados para a quadra da Escola de Educação Física, mas estão em sua maioria no hall do prédio queimado, uma área que tem espaço de convivência e um refeitório, e também no bloco A.
Eles estão organizando assembleias diárias nos alojamentos para encaminhar suas reivindicações. Apenas nesta quinta-feira (03/08) os moradores dos andares mais afetados conseguiram entrar para buscar pertences.
OCUPAÇÃO E FALTA DE ASSISTÊNCIA
“Os estudantes estão bem fragilizados e estamos acompanhando para ver o que podemos fazer. Eles já viviam em situação de abandono institucional sem a consolidação de políticas de assistência estudantil suficientes”, destacou Caique Silva, diretor do DCE.
A residência estudantil que pegou fogo é composta por dois prédios e é a única alternativa de moradia oferecida pela instituição para um contingente de 50 mil alunos. Um prédio muito antigo, da época da ditadura militar, nunca foi reformado e que apresenta péssimas condições. Mesmo assim, pela necessidade, os estudantes ocuparam o espaço.
‘Existe a promessa de reforma do prédio há 1 ano já. A reitoria sempre foi contra a nossa ocupação. Já existia uma ocupação há alguns anos que era construída pelos moradores que hoje estão no Bloco A. Depois que o Bloco A foi reformado mais gente chegou na ocupação do Bloco B, até chegar a esse número de mais de 250 estudantes”, completa Babi.
Em nota a reitoria afirmou que o Ministério da Educação entrou em contato com o reitor Roberto Leher durante a tarde, oferecendo apoio. A UFRJ está levantando as principais demandas emergenciais para apresentar ao ministério ainda hoje. Entre elas, a reforma do edifício.
EDUCAÇÃO PÚBLICA NO RJ DE MAL A PIOR
Desde o ano passado o governo Temer tem cortado recursos para investimentos nas universidades federais. Em 2017 a previsão de corte era de 45%.
Em um momento crítico para as universidades públicas brasileiras, principalmente as fluminenses a UFRJ enviou ao corpo docente da instituição um comunicado nesta quarta-feira (03) informando que todas as bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) serão suspensas a partir do próximo mês.
“Avaliamos que há um projeto político em curso, que se concretiza em um ataque e desmonte da Ciência e da universidade pública no Brasil, que acarretará prejuízos inestimáveis para toda a sociedade”, critica o comunicado.
Nesta semana ainda a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) adiou indefinidamente o início das aulas. Apenas 65% do orçamento previsto para a universidade foi liberado em 2016, e a contingência se repete em 2017. Os servidores estão com quatro meses de pagamento atrasados.
Os estudantes realizarão nesta sexta-feira (04/08) um protesto “Devolvam nossas bolsas de pesquisa e a UERJ” no centro do Rio de Janeiro. Confirme aqui sua presença.
UNE
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