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terça-feira, 8 de agosto de 2017

Metodista de Piracicaba ocupada! Estudantes se queixam de sucateamento


Na última sexta-feira (4) cerca de 30 estudantes ocuparam o prédio com reivindicações.
Estudantes da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) ocuparam a universidade na última sexta-feira (04/08). Cerca de 20 a 30 estudantes se revezam na ocupação do prédio da universidade que tem como mantenedora a Rede Metodista.
A instituição de ensino tem 10 mil estudantes e mantém campus também em Lins e Santa Bárbara. A queixa dos manifestantes é da falta de autonomia e condições de estudo.
A gota d’água aconteceu no último dia 03 de julho quando eles não conseguiram fazer suas matrículas devido a uma falha do sistema online. “Quase 50% dos estudantes não estão matriculados”, ressalta a diretora da UEE-SP, Nicole Carvalho que está acampada no local com os demais estudantes. “A nossa preocupação maior são os estudantes perderem os prazos do Fies e do ProUni por conta da falha da Unimep”, completou.
Estudantes e professores reunidos na Unimep

Além das matrículas a falha também inviabilizou a retomada das aulas, uma vez que os professores não tem acesso a lista de chamada ou qualquer outra informação dos alunos.
Em carta endereçada ao diretor geral do Instituto Educacional Piracicabano, Robson Ramos de Aguiar, os estudantes da Unimep elencam situações de sucateamento provocadas por uma gestão externa à universidade como “ falta de equipamentos e materiais laboratoriais, demissões de técnicos, precarização do NEPEP – Núcleo de Estudos e Programas em Educação Popular e dos programas de extensão, que refletem diretamente na qualidade do ensino e da formação profissional”. Leia abaixo na íntegra.
Eles afirmam que apesar da unidade de Piracicaba ter um reitor, o professor Marcio de Moraes, as decisões de resolução dos problemas vem do núcleo da Rede Metodista.

DIA D

Para engrossar o caldo os professores também deflagram greve e devem se reunir em assembleia nesta segunda-feira (7/08) para decidir se mantém a paralisação. Os estudantes também estão reunidos para decidir os próximos passou. Eles realizarão logo mais uma mesa de debate para discutir a situação do ensino superior no Brasil.
Leia a carta dos estudantes:

CARTA ABERTA DOS ALUNOS DA UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA – UNIMEP AO SR. ROBSON RAMOS DE AGUIAR, DIRETOR GERAL DO INSTITUTO EDUCACIONAL PIRACICABANO

Nós, alunos da Universidade Metodista de Piracicaba – Unimep, estamos sendo surpreendidos frequentemente com más notícias a respeito desta conceituada instituição de ensino. As mais significativas talvez sejam a de que desde o dia 3 de julho não conseguimos realizar nossas matrículas. Nesta primeira semana de aulas, outra surpresa: os professores decidiram, por unanimidade, entrar em greve por conta de uma série de problemas que vêm enfrentando na instituição.

Os motivos apresentados pelos professores são gravíssimos: descumprimento de Convenção Coletiva de Trabalho, falta de diálogo para firmar o Acordo Coletivo de Trabalho, ingerência externa na universidade que deveria ser autônoma, como está estabelecido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, dentre outros.

É muito grave que a instituição, que possui diversos cursos de graduação e pós-graduação bem conceituados junto ao Ministério da Educação e prestigiados no interior de São Paulo, passe por uma situação de tantos casos de desrespeito aos seus professores e aos seus alunos. A Unimep, neste momento, parece não ser capaz de praticar aquilo que defende como educação de qualidade e que é uma das marcas de sua história e do reconhecimento que possui.

O que se verifica no contexto atual são diversas situações de sucateamento provocadas por uma gestão externa à universidade: falta de equipamentos e materiais laboratoriais, demissões de técnicos, precarização do NEPEP – Núcleo de Estudos e Programas em Educação Popular e dos programas de extensão, que refletem diretamente na qualidade do ensino e da formação profissional.

As falhas do novo sistema de gestão parece ser apenas a parte mais visível do caos que aos poucos se instalou na universidade. Implantado de maneira autoritária, sem diálogo com a comunidade acadêmica, gerou prejuízos para os alunos, que não conseguiram efetivar a matrícula e a partir disso foram obrigados a enfrentar questões como impossibilidade de estagiar, de receber reembolsos das mensalidades, insegurança quanto às bolsas de estudo de agências de fomento. O início do semestre letivo foi comprometido pela impossibilidade dos alunos e professores de tomarem conhecimento de suas grades.

A inoperância do sistema não dá conta de explicar o que acontece em relação às demais reclamações apresentadas pelos professores. Confiamos na Unimep, decidimos ter aqui nossa formação por acreditarmos no comprometimento com a educação de qualidade. Mas infelizmente, vemos este compromisso ser abalado diante de tão grave quadro.

Neste sentido, queremos expressar publicamente nosso apoio aos professores da Unimep e à greve que decretaram a partir da próxima semana, informando inclusive, que nos juntaremos ao movimento de paralisação das atividades em solidariedade aos docentes e em defesa da Unimep, de seu projeto de Educação e de sua autonomia acadêmica, administrativa e financeira.

Piracicaba, 4 de agosto de 2017.
Assinam:
AEPPGED – Associação dos Estudantes e Pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unimep
Atlética Unimep
C.A. de Ciências Contábeis
C.A. de Direito
C.A. de Economia
C.A. de Fisioterapia
C.A. de História
C.A. de Nutrição
C. A. de Psicologia
C. A. de Relações Internacionais
Estudantes dos cursos de Letras e Música.

Fonte: UNE

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