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sexta-feira, 28 de julho de 2017

Direção Nacional manifesta apoio e solidariedade aos trabalhadores exonerados da UNIRIO



“Exigimos a anulação da exoneração dessas lideranças sindicais. Lutar não é crime!”

A Direção da FASUBRA Sindical manifesta total apoio e solidariedade aos técnico-administrativos em educação, Marcelo Silva, Bruno Luiz Santiago Cruz e Rafael de Souza e Mello, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), exonerados do serviço público, sem direito de contestar a decisão.
Sem aviso prévio
Os trabalhadores que também são ex-diretores da Associação dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (ASUNIRIO) receberam a notícia no dia 04 de julho, pelo Diário Oficial da União (DOU), sem notificação da administração da universidade.
Marcelo, Bruno e Rafael organizaram a Greve de 2015, protagonizaram a luta contra a privatização do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), contra o assédio moral e perseguições na universidade. De acordo com a Federação, o caso ocorreu por clara perseguição política contra a atuação sindical dos trabalhadores, principalmente em defesa dos Hospitais Universitários 100% públicos.
Para a FASUBRA, a administração superior da UNIRIO é responsável pela concretização da medida, considerada arbitrária. A Federação colocou a Assessoria Jurídica Nacional à disposição dos trabalhadores.
Anulação da exoneração
Durante a Plenária Nacional da FASUBRA, realizada nos dias 08 e 09 de julho, a Direção Nacional convocou todos os trabalhadores e entidades de base a prestar solidariedade e unir forças na luta contra a medida. “Exigimos a anulação da exoneração dessas lideranças sindicais. Lutar não é crime!”
Consequências
Bruno e Rafael sofrem de estresse traumático devido às relações de assédio no ambiente de trabalho. A exoneração ocorreu enquanto estavam de licença médica referendada pela equipe de perícia da universidade, pelo Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPUB/UFRJ) e pela Clínica da Família Rodolpho Rocco.
Bruno Cruz
O trabalhador recebeu a notícia em um momento conturbado. Com o filho de sete anos internado devido a uma reação alérgica a bromoprida, sem dinheiro para comprar remédio. “Após trabalhar dois meses diariamente na Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc) sem receber, passei a ter sensação de infarto e falta de ar. Hoje, sou mais um dos portadores do transtorno de pânico, desabafou Bruno”.
Atualmente, o técnico-administrativo vive duas lutas após três anos de trabalho. Ser curado das crises de taquicardia e falta de ar e minimizar os impactos da crise na vida dos dois filhos. “O mais velho tem oito anos e me suplicou para não voltar a trabalhar em nenhuma universidade. Ele quer que eu trabalhe em alguma loja. Terei um longo caminho para desfazer esse trauma nele. Preciso convencê-lo de que a universidade é o lugar do conhecimento, do ensino, pesquisa e extensão, e que os abusos humanos da UNIRIO são exceção e não regra.”
Rafael Melo
Após quatro anos como servidor público, Rafael falou sobre o orgulho que sentiu ao trabalhar em uma universidade federal. Segundo ele, um espaço da construção do conhecimento e da cultura, através da ciência, da pluralidade das ideias, do respeito aos direitos humanos. “Agora sou expulso do serviço público por pessoas que não sabem o que é uma universidade. Ou pior, transformam a universidade em feudos de poder e em mera "matriculadora" de gente e fornecedora de diplomas”.
Restou apenas o sentimento de injustiça, “fui expulso por lutar por uma universidade em que acredito, sem direito de me defender, sob licença médica e sem ser notificado. E isso tudo vai para muito além do que um ataque pessoal, pois eles já destroçaram minha vida. Isso é um ataque a todos que militam por um modelo de educação libertador, laico, democrático, humano, acessível, gratuito e de qualidade para todos e todas. Esse foi um ataque às nossas famílias, aos trabalhadores das universidade e à população de um modo geral. Espero que a justiça seja feita, que eu possa voltar a viver e que a universidade resista!”
Marcelo Silva
Com cinco anos de trabalho, o técnico-administrativo em educação afirma  que ficou confuso com a notícia. Baseada em avaliações negativas de apenas um gestor, a decisão administrativa foi executada. De acordo com Marcelo, as avaliações das chefias anteriores e posterior à do gestor, foram muito boas.
Sobre a acusação de faltas, Marcelo disse que a UNIRIO afirma categoricamente a omissão de dados reais do gestor sobre as folhas de ponto. “Mesmo assim fui arrancado do meu cargo como se não fosse apto a exercê-lo. E esse é só um dos vários absurdos. Fui comparado a uma doméstica em pleno setor de trabalho. Uma pessoa falou que eu deveria cumprir as ordens da chefia, assim como um empregado doméstico, e eu sou negro”.
Segundo o técnico-administrativo em educação, a administração da universidade tinha ciência sobre o conflito com o gestor, muito antes da abertura dos processos.

Solidariedade
A FASUBRA convoca todos trabalhadores e trabalhadoras da instituições de ensino públicas  a prestar solidariedade e lutar contra esse absurdo!

Contribuições financeiras para apoiar o sustento dos companheiros demitidos, bem como de suas famílias, podem ser feitas na conta da FASUBRA, na Caixa Econômica Federal, agência 0004, operação 013, conta poupança 18709-0, e informadas pelo e-mail fasubra@fasubra.org.br.

Por um serviço público democrático, gratuito, acessível, sem assédio e de qualidade para todos e todas!
Contribuições
Caixa Econômica Federal
Agência - 0004
Operação 013
Conta Poupança - 18709-0
CNPJ: 08.485.179/0001-26
Assessoria de Comunicação FASUBRA Sindical

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