Páginas

domingo, 9 de julho de 2017

USP aprova cotas raciais e sociais pela primeira vez em sua história

Imagem: Frente Pró-Cotas USP

Por: Renata Bars e Sara Puerta

A Universidade de São Paulo aprovou, em sessão de seu Conselho Universitário (Consu) realizada na última terça-feira (4), a reserva de vagas para estudantes oriundos de escolas públicas e autodeclarados pretos, pardos e indígenas (PPIs) nos cursos de graduação a partir de 2018. A aprovação é emblemática, pois, pela primeira vez, a maior universidade do país e uma das principais do mundo, irá adotar uma política institucional deste porte.
“Esta é uma luta histórica do movimento estudantil e ter a sua aprovação ainda que tardia representa a esperança de que a luta pode sim transformar a vida das pessoas. Num país em que o governo retira nossos direitos essa vitória se torna muito simbólica'', falou a presidenta da UNE, Marianna Dias.

Segundo Nayara Souza, recém eleita presidenta da UEE-SP, a implementação de Cotas na USP faz parte de um contexto de avanços na democratização das universidades estaduais paulistas, conforme prevê o Plano Estadual de Educação aprovado em julho do ano passado na Assembleia Legislativa de São Paulo, com muita mobilização das entidades estudantis para que a meta da reserva de vagas ( e democratização do acesso) fosse determinada como lei.

"Menos de um ano após sua publicação, o PEE avança no cumprimento de incluir grupos historicamente excluídos da educação superior pública. Assim, o movimento estudantil segue transformando vidas e realidades'', disse.
Nayara ainda acrescenta que a trajetória de conquista das cotas na USP, passa pela construção de dois festivais organizados por coletivos e e entidades estudantis da universidade para ampliar o diálogo com a comunidade de universitária e décadas de lutas e debates.

META GRADUAL

O texto aprovado pelo Consu definiu um planejamento gradual com início no próximo ano. Para 2018, a meta é que todas as Unidades de Ensino e Pesquisa atinjam, na média de todos os cursos, o 37% de estudantes vindos da escola pública.

Em 2019, a porcentagem deverá ser de 40% de vagas reservadas de cada curso de graduação; para 2020, a reserva das vagas em cada curso e turno deverá ser de 45%; e no ingresso de 2021 e nos anos subsequentes, a reserva de vagas deverá atingir os 50% por curso e turno, sendo 37% para estudantes autodeclarados Pretos, 

UEE/SP

Nenhum comentário:

Postar um comentário